Nas redes sociais: Ataques de onça em Santa Teresa, ES

Temos recebido via redes sociais muitas informações sobre fauna. Também, recebemos pedidos de verificação sobre a veracidade de tais informações. Além disto, também já guardamos publicações diversas da mídia impressa que possuem informações curiosas ou equivocadas.
Assim, resolvemos abrir este espaço para checar, analisar e comentar alguns destes fatos.
Começamos sobre aparecimento de onças relatados como sendo na região serrana do ES, em Santa Teresa. O biólogo Pedro Paz, que tem grande experiência em Mastofauna (estudo dos mamíferos), fez uma varredura sobre o assunto e trouxe as seguintes informações, conforme apresentado a seguir.
1º caso: vídeo de onça-pintada que ataca um cachorro
Veja que o "Correio do Estado" de Campo Grande, MS (que existe desde 1954) explica quando (2015) e onde ocorreu o fato: Passo do Lontra no Pantanal!!!!! Confira na matéria publicada on line:
http://www.correiodoestado.com.br/cidades/corumba/onca-ataca-e-mata-cachorro-em-residencia-na-regiao-do-pantanal/251743/
2º caso: vídeo de outro felino que ataca cachorro
Este então, nem onça-pintada é. Trata-se de um leopardo (espécie de felino que não ocorre no Brasil) mas que tem o corpo pintado à semelhança de uma onça-pintada. As imagens são da Índia em Tirumala.
Comentário
Ambos casos são registros de felinos de grande porte, no caso uma onça-pintada (Panthera onca) em Mato Grosso do Sul e outro de um leopardo (Panthera pardus) na Índia. POrtanto, qualquer outra referência destas imagens são falsas.
É impressionante como pessoas não se cansam de vez ou outra "ressuscitar" notícias que já saíram há mais tempo, dando-lhes uma aparência de "novidade" e, muitas vezes, mudando o local do fato. Certamente isto não é exclusivo para os casos em questão, muito pelo contrário. Parece até que se tornou regra.
Estamos em uma época que ficou muito fácil e ao alcance de uma grande quantidade de pessoas receber e, sem o menor critério de seleção, simplesmente repassar informações recebidas.
Então se, por um lado, ficou mais rápido, prático e fácil receber notícias (mesmo que uma grande parte sejam falsas), por outro lado, aumentou muito a contribuição em espalhar tais informações.
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